4.2.10

2010, as bananas e minhas expectativas caiçaras








passou natal, ano novo e as férias, e alguns desses dias passamos no litoral norte de são paulo, fui cheia de expectativas caiçaras, já havia ido antes e como desta vez, sem a a possibilidade de cozinhar, bem fui tentar achar o azul marinho ( prato caiçara feito de peixe e banana), imaginei encontrar algo de banana nos pratos, algo de tradição da região, qual o peixe local? qual o prato da terra?
voltei frustrada, talvez não tenha ido aos lugares certos, ou talvez a origem caiçara, tão bela, não seja mais um encanto pra ninguém, nem pra quem vive lá, nem pros turistas.
mas veja só, quando já andava desistindo, na volta, no guarujá, onde eu não esperava nada além da são paulo, paramos em um restaurante na beira do mar, cara tradicional, toalhas amarelas e garçons solícitos bambus e belos ladrilhos hidráulicos.
Pela primeira vez vi nomes dos peixes, além do genérico filé de peixe frito e do "chique abadejo", estava lá no fim com o menor preço da lista encabeçada por sua majestade o abadejo, eu prefiro o som de badejo e depois que ele ganhou o "a" ficou besta, belo peixe é verdade, mas nada original, ela a pescada de cambucu, simples sem pretensões, ja fiquei feliz, pelo menos um nome plebeu.
Fiz então mais uma bela descoberta, ostras da cananéia que haviam chegado naquele dia, pergunta de mãe, que delega bravamente a responsabilidade da saúde das crianças: vou servir as crianças vc tem certeza que as ostras estão frescas? posso confiar? o sr entende como isso é sério? e não foi que não assustei o garçom? rezei e confiei que eram frescas,
Bem entradas decididas, ostras da cananéia que por sinal junto com mais 6 alimentos agora fazem parte da arca do gosto do slowfood brasil, como genuínos alimentos brasileiros, perguntei novamente ao meu bravo garçom, o que vc me sugere como acompanhamento da pescada cambucu? a sra não prefere o abadejo? eu ja estava ficando irritada com o sr badejo, me contive pra não fazer um novo discurso chato e ele prosseguiu: palmito e vinagrete!
Ha não eram as bananas mas era da terra, palmitos, tinha me esquecido deles, eram palmitos jussara, maravilhosos e assim como confiei nas ostras confiei que eram de origem segura, limpa e justa...

helena não quiz provar mas bernardo comeu e como as ostras.

olha que lindo:
ostras da cananeia,

pescada cambucu ( empanada com um pouco de farinha de trigo, sal e pimenta, frita em óleo quente e de preferencia em panela anti aderente, espere formar uma casquinha dourada e não espere mais, só

com palmitos grandes em conserva

vinagrete ( cebola tomate e salsinha, azeite e sal)

e um café e ponto final e feliz.

Achei enfim algo caiçara

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