12.12.07

química e gastronomia

meu pai é químico, assim um cientista malucão, de interesses divertidamente diversos, boa parte desse meu olhar sem fronteiras devo a ele, que embora seja uma pessoa das ciências sempre teve profunda admiração por toda gama de conehcimentos da humanidade, inclusive os que eu escolhi estudar - design

eis que agora compartilho minhas buscas gastronomicas com ele, é quase como se fosse meu Hervè This...

ele está trabalhando em malucas pesquisas de materiais numa universidade no nordeste a beira mar exatamente como ele gosta, e ele é minha principal fonte por lá, pedi a ele algumas receitas digamos nativas de bode e olha só que tesouro ele me mandou!!!

obrigada a Dna. Maria José, segue a íntegra da receita garimpada pelo meu pai


Eleonora,
Essa receita foi passada pela Sra. Maria José , 63 anos, a copeira do nosso laboratório de Combustíveis e Materiais do Depto. de Química da Universidade, transcrevo exatamente suas palavras

BODE GUISADO
Queima o alho com a cebola. Alho quebradinho. A cebola aos pedacinhos.
Aí tosta, queima. Queima ou tosta o alho com a cebola no óleo.Depois
de tostadinho, queimadinho, coloca-se o bode lavado na panela, só com
a pouca água que veio com o bode. Junta-se tomate, coentro e pimentão.
Coloca o sal a gosto.
Coloca-se no fogo. Fogo baixinho e não precisa colocar mais água,
porque a água vai juntando. Fica mais gostoso assim do que quando bota
mais água.
Come com o que você quiser, arroz, feijão ...

NOTA: A palavra bode, no Nordeste,e com toda a certeza na Paraíba, é
muito usada para definir o tipo do animal. No contexto da receita,
bode não tem, de modo algum a conotação de definir a idade do animal -
não significa um espécime adulto, de carne mais dura. Em muitos casos
se falaria "bode bem novinho". No texto acima, bode seria substituído
por cabrito no linguajar do Rio e de São Paulo.

logo publico essa receita em variação viável em são paulo

Um comentário:

Theo disse...

Bacana essa receita. Seria mais interessante ainda se vc pudesse escanear a folha na qual a copeira escreveu a receita. É um registro das bandas nordestinas, povo que tem história pra contar e que nós acolhemos aqui no sudeste.